Chegamos a um ponto da nossa caminhada que não podemos mais esperar de pessoas, lugares e coisas. Agora é enfrentar a vida com nossas habilidades e fraquezas.
Quando o ser humano nasce, sua mãe é o seu mundo, dali sai todo o sustento e proteção necessária para o bebê. Passa-se alguns anos e a criança se desenvolve passa-se adquirir novas necessidades. Aprendemos a receber a comida em nosso prato, no natal queremos presentes, no dia das crianças, no nosso aniversário. Na saída da infância começa-se a aparecer cobranças e tudo passa a ficar complicado, pois junto com tudo isso o corpo está em transformação e nos leva a uma falta de direção e uma insuficiência de atenção. A maioria das pessoas ultrapassa esses momentos com os tropeços e as dificuldades da vida e começam a encontrar seus direcionamentos buscando uma autossuficiência, uma aceitação, amor próprio e começam a encarar o mundo com maior maturidade percebendo que não terão tudo dele. As pessoas adquirem coragem e força para modificar as coisas sem esperar dos outros.
Nossa preocupação inicia-se nessa geração. Há um grande número de adolescentes e adultos que não chegaram a esse ponto. Pessoas dominadas pela ideia de quem alguém tem que fazer alguma coisa. Pessoas dispostas a criticarem de braços cruzados. Gente que suga, gente que é parasita, gente que reclama dos políticos e jogam papel no chão, furam fila, atravessam sinal vermelho. Uma geração egocêntrica que acredita que alguém tem que fazer alguma coisa por ela.
Quem teve problema com dependência química passa a entender muito sobre o parasitismo. Queríamos drogas a qualquer custo, as vezes justificávamos roubos por pensar que éramos pobres coitados que não tínhamos nada e era dever de quem tinha nos ajudar. O primeiro passo para largar às drogas é deixar o parasitismo de lado, pois ninguém pode parar por nós. Receberemos muita ajuda, mas nossas vinte quatro horas serão decididas por nós se vamos voltar usar ou não. Nossa briga começa quando acordamos teremos que fazer diversas coisas e todas para largar o vício. Teremos que encontrar nossas orações e pedir a Deus força, teremos que dobrar nossas roupas de cama, tomar nosso banho, escovar os dentes, fazer o café… Lutaremos contra essa doença o dia todo e ao chegar no fim do dia perceberemos que tivemos coragem, encaramos o mundo com decência e nos dispusemos a fazer tudo que é necessário ao invés de achar que alguém devesse fazer por nós.
Paramos de reclamar que alguém não faz alguma coisa, passamos a fazer nossa parte e agradecer a Deus por ter nos dado mais um dia limpo e feliz. Não somos mais parasitas.